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LAURA VARGES: “DESDE MUITO PEQUENINA QUE INVENTO CANÇÕES”

Chama-se Laura Varges e está a dar que falar no “The Voice Portugal”, desde que, a 11 de outubro, virou as quatro cadeiras na “prova cega” do afamado concurso de novos cantores. Após ter passado também a fase “batalhas”, a música cadavalense (oriunda do Vilar) regressa, no próximo domingo à noite, ao programa da RTP1, e conta com o voto do público para suplantar mais uma fase, seguindo rumo a um lugar ao sol no panorama musical português.
Como encaras teres suplantado estas duas primeiras fases do concurso, e de forma categórica?
LV: Ao mesmo tempo surpreende-me e tranquiliza-me. Na minha cabeça, todos os cenários eram possíveis, porque não consigo avaliar o que faço de forma isenta, tanto sinto que não sou nada de especial, como sinto que sou bastante boa no que faço. Ter suplantado estas duas primeiras fases, sem margem para dúvidas, veio tranquilizar o meu coração – parece que é mesmo verdade, eu tenho jeito para isto!
Que importância pode ter para um músico uma participação desta índole, ainda mais na atual situação que vivemos?
LV: Tem uma grande importância, uma vez que nenhum outro concurso tem a exposição e a popularidade do The Voice. Atualmente, imensa gente luta para ser ouvida, pelo que o "ruído" é muito, e torna-se difícil para o público decidir o que ouvir e o que apreciar. Este concurso é uma excelente oportunidade de promoção, que é especialmente bem-vinda nesta época, em que fica difícil sobreviver em ponto pequeno.
Que expetativas tens quanto à tua participação no concurso? Qual o teu principal objetivo?
LV: Claro que gostaria muito de ganhar... mas nunca penso sobre isso. Apenas sei que gostaria. Mas o que importa mesmo é trabalhar, muito, para que possa manter-me no programa o máximo de tempo possível, pois é isso que me fará alcançar o meu objetivo, que é o de promover a minha imagem ao máximo.
Qual a próxima fase e quando te poderemos voltar a ver no programa?
LV: A seguir vêm os «Tira-Teimas», já este domingo, dia 22. Os votos do público já contam nesta fase!
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Quantos anos estudaste música?
LV: Estudei piano e teoria musical durante 10 anos, e estudei canto durante dois anos.
Há quantos anos exerces a atividade? O que já fizeste nessa área, a solo e coletivamente?
LV: Sou música desde os meus 16 anos. Já tive um sem número de bandas de rock covers, tive um projeto de originais de música eletrónica downtempo (os Soma Zero) com músicos também cadavalenses, projeto esse do qual me orgulho loucamente, e hoje em dia faço uma vida agradável como música de projetos acústicos, tanto a solo como acompanhada por um baterista.
Como lidas com os constrangimentos trazidos pela pandemia?
LV: Tive obviamente de me reinventar. Cumpri à risca o confinamento durante março e abril, meses em que a minha atividade esteve completamente parada, mas, a partir de maio, desatei a fazer concertos em “livestream”, para uma “app” que remunera os artistas, e comecei a dar aulas de canto, piano e guitarra. Eu já tinha dado aulas antes, durante um ano, mas tinha parado porque os concertos eram suficientes para sobreviver, e assim eu ficava com tempo, durante a semana, para compor e para trabalhar na promoção da minha imagem. Continuo com alguns concertos ao vivo, mas já não é neles que baseio o meu "ordenado" mensal.
O Vilar é uma terra de músicos. Concordas?
LV: Concordo plenamente, sou até das pessoas que mais reitera isso! Acho que temos muitas pessoas ligadas à música, e é um enorme motivo de orgulho para mim saber que temos provavelmente a melhor escola de música do concelho e arredores, onde os alunos são motivados para fazerem exames de equivalência ao Conservatório. Escola essa que foi cofundada pela minha avó, que infelizmente nunca pôde seguir o seu sonho de ser música, mas pelo menos deixou um contributo maravilhoso para que outras pessoas pudessem fazê-lo (incluindo eu).
Consta que tens trabalhado em inéditos a solo... É apenas um sonho ou uma meta bem firmada no teu espírito?
LV: É uma meta firmadíssima no meu espírito! Acima de tudo, ainda mais do que cantar, eu gosto de compor. Desde muito pequenina que invento canções, lembro-me que inicialmente apenas com sons, provavelmente por ainda mal saber falar. Lembro-me até de ter perguntado à minha mãe se os cantores diziam mesmo palavras – fiquei chocada quando ela me respondeu que eles tinham de decorar letras inteiras! Tinha de ser extremamente novinha para fazer este tipo de pergunta (risos).
Laura Azevedo Varges (conhecida como Laura Varges e, mais recentemente, como “Serena”) tem 25 anos (feitos a 29 de setembro), é natural do Vilar e reside há pouco tempo na freguesia do Cadaval.
Fez o secundário em Turismo, porque adorava ser guia turística, mas já na faculdade optaria pela formação em Publicidade e Marketing, por ser uma área com espaço para ser criativa e com muitas saídas possíveis.
“Nunca tive coragem de tirar um curso [superior] de música, mas sinceramente não sinto que me faça falta, pois o que importa mais nesta área é a paixão, o trabalho, o suor, as lágrimas... (risos)”.
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