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Periodicidade: Diária

3/29/2024

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D. ANTÓNIO CAMPOS – PRECURSOR DA CRIAÇÃO DA DIOCESE DE SANTARÉM


Por João Maurício

Tenho, antes de tudo, de deixar uma nota pessoal. Considero-me um democrata e é com tristeza que digo que a maioria dos bispos, antes do 25 de Abril, tinham, genericamente, mais estrutura do que os atuais. Isto com as necessárias exceções, que são poucas.

Só vi D. António Campos uma vez, quando ele me administrou o chamado Sacramento do Crisma. Pareceu-me ser um homem sereno e reservado. Foi muito amigo do meu falecido tio, o Padre Fernando Bernardino Maurício. Sei de vários detalhes da sua personalidade que não devo revelar, porque são do foro pessoal.

Teve, D. António, uma vida curta (1904-1969), quando tanto havia a esperar da sua fina inteligência. Nasceu, em Alcobaça e faleceu, na Nazaré. A autarquia alcobacense prestou-lhe uma grande homenagem, em janeiro de 1955, no Salão Nobre dos Paços do Concelho e, depois no Cine-Teatro local. Foi a comunidade que lhe ofereceu o anel episcopal.

Fleming de Oliveira, na sua última obra "Janela com Vista para a Rua da Memória", vem revelar alguns dados relativos ao bispo, aos tempos conturbados do pós 25 de Abril.

A 5 de outubro de 1974, no Largo do Mosteiro de Alcobaça, decorreu uma manifestação, onde um revolucionário, em plenário, propôs a retirada do nome de D. António a uma das ruas da vila. O bom senso venceu e o seu nome foi mantido. Mas o vendaval revolucionário acabou por levar à retirada do quadro a óleo do prelado que se encontrava no Salão Nobre da Câmara.

Miguel Guerra, meu vizinho na Benedita, homem muito moderado, foi presidente da autarquia local, eleito peto Partido Socialista. Guerra, em 1977, teve a sensatez de mandar repor o quadro, que é da autoria da pintora Luíza Pina d'Émargali, de origem italiana.

Foi feita justiça.


Nota / Correção – Diz o povo, na sua simplicidade, que a Língua Portuguesa é traiçoeira. Digo, isso sim, que é difícil, complicada e surpreendente.

No último texto, escrevi “sargeta” com um “G”, quando a forma correta é com “J”, “sarjeta”. Em minha defesa, direi que não sou, longe disso, um purista da língua, mas procuro escrever, sempre, como ditam as regras.

A verdade é que encontrei textos escritos em Português do Brasil, onde a palavra aparece escrita com “G”. O emprego das letras “G” e “J”, às vezes, causa dúvidas, já que as sílabas “GE” e “JE” são homófonas, ou seja, têm o mesmo som.

Mas, para que não restem dúvidas, “sarjeta” é a forma correta.

Ponto final.

Tive o privilégio de ter sido aluno de Latim, do Padre Professor Doutor João Beato. Era um homem muito culto, bondoso e com quem tive uma grande proximidade por ser natural de Porto de Mós, onde, muitos anos antes, eu tinha estudado.

Nestes casos, ele dizia sempre: “Só não erra quem não escreve nada”.

É nestas alturas que me recordo do meu mestre que já cá não está!


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