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ARTE NO FRIO: MOSTRA DE ARTE MONTADA EM CÂMARA FRIGORÍFICA ATÉ 26 DE JUNHO NO CADAVAL

Inaugurou no passado dia 29 de maio, no Cadaval, a iniciativa inédita “Arte no Frio”, uma mostra de arte inusitadamente montada no interior de uma câmara de conservação de fruta. A insólita “galeria de arte” reúne mostra rotativa de artesanato e a maior exposição de quadros em “pouring” feita em Portugal, concebida pelo cadavalense Jaime Rodrigues. Para visitar e conhecer até finais de junho, na Coopval!
Durante a abertura, antecedida pela atuação da orquestra juvenil do projeto Musiforma, o vereador Ricardo Pinteus salientou a importância de retomar as atividades culturais após a interrupção forçada devido à pandemia.
«Sabemos que sem Cultura o Cadaval fica mais pobre. É uma riqueza que precisamos de trazer ao concelho», disse, acrescentando que a Câmara tudo fará para que toda a gente possa ter acesso à Cultura.
Ricardo Pinteus felicitou o painhense Jaime Rodrigues pela iniciativa inédita que proporcionou ao Concelho, fazendo com que o Cadaval se orgulhasse de a receber.
Após a intervenção do vereador camarário, seguiu-se uma atuação surpresa “flash mob” pela Risa Dance School.
Teve depois lugar a entrega dos três quadros que foram sorteados, ao longo do período de divulgação que antecedeu o evento, nas redes sociais do “Arte no Frio”.
Ainda antes da visita oficial à exposição, Jaime Rodrigues tomou a palavra, começando por apresentar o Espaço Sr. Serafim, que abriu em 2020 no Painho, destacando o caminho já trilhado por aquela marca e a particularidade de reutilização de materiais na produção dos trabalhos artísticos.
«Tive sempre vontade de querer ir para algo maior, com peças de maior dimensão. Eu sempre quis pintar e é assim que chego ao pouring», explicou. «O primeiro quadro exposto foi em maio 2021, seguiram-se participações em exposições coletivas».
«Decidi que, para além de pintar, queria ser eu a organizar as exposições. O primeiro desafio foi pegar numa antiga loja de materiais de construção civil, no Painho, e transformá-la num espaço de exposições», declarou, facto que teve lugar no final do passado ano.
Tendo por base a ruralidade e a pera rocha, lembrou-se então de que o local ideal para acolher o evento seria «o espaço onde se conserva o produto mais precioso do nosso concelho».
Acerca da mostra permanente de quadros em pouring, a qual ombreará com as diferentes mostras que por ali passarão, Jaime destacou que o princípio da reutilização da marca Sr. Serafim se manteve na conceção dos quadros. «Todos os quadros que vocês veem são feitos com comum tinta de parede em vez de tinta acrílica», contou. Referiu também que todas as estruturas de base utilizadas na montagem da improvisada galeria constituem material da Coopval – Cooperativa Agrícola dos Fruticultores do Cadaval, a qual acolheu o evento.
Jaime agradeceu a todos os parceiros e apoiantes da iniciativa, lembrando tratar-se esta da «maior mostra de pouring feita em Portugal, além de representar «um evento num espaço em que nunca se fez, em nenhuma parte do mundo». Convidou, por fim, o público presente a participar nalgumas experiências sensoriais passíveis de ser encontradas nesta exposição, que poderá ser gratuitamente visitada de quinta a domingo, das 15h às 19h, até 26 de junho, nas instalações da Coopval (Cadaval).
Acerca do impulsionador da iniciativa
Foi há cerca de dois anos e meio que, ao arrumar antigas moedas de reis, Jaime Rodrigues se lembrou de procurar uma forma de criar pregadeiras e pulseiras para, nesse Natal, oferecer a familiares e amigos.
Deu-se, depois, a constante procura de outros materiais «arrumados» ou obsoletos, mas cuja (re)utilização fosse incomum.
Pelo caminho, surge a marca “Sr. Serafim”, a lembrar a icónica figura de seu pai. Tal como sustenta, «afinal eram dele as primeiras moedas utilizadas e o local de criação que, sob o olhar atento e aconselhador do painhense Jorge Romão, evoluiu para o Espaço Sr. Serafim».
Jaime Rodrigues revela fascinar-se pelo processo de transformação, sem tutoriais, com experienciação intensa, assente na tentativa-erro. Diz não procurar o belo, nas suas criações, mas sim surpreender-se a si próprio.
Através da utilização do "pouring" sobre madeira, Jaime procura escapar à convencionalidade dos materiais, substituindo as telas por madeira e as tintas acrílicas por tintas de parede, quase na totalidade. Para o autor painhense, o olhar e o comentário do visitante são os melhores avaliadores.
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Acerca dos expositores participantes
Como já referido, este ciclo de exposições tem lugar numa câmara frigorífica, onde habitualmente é armazenada a fruta para comercialização (pera rocha, maioritariamente), que constitui a base da economia local cadavalense. Para o efeito, a Coopval, sediada na vila do Cadaval, acedeu à disponibilização de uma das suas câmaras de frio para acolher o singular evento.
A inédita iniciativa reúne, rotativamente, quatro artistas convidados, todos eles com ligações ao Concelho, que vêm mostrar os seus trabalhos ao longo do mês de junho, nas vertentes kitsch, craft design, madeiras, acrílico sobre tela, design gráfico e têxtil e ainda joalharia.
Assim, na primeira semana cabe ao pintor e escultor Jorge Romão, de 2 a 5 de junho, divulgar a sua arte “kitsch”. Embora residindo no histórico bairro da Graça, em Lisboa, as suas raízes provêm da aldeia do Painho, no concelho do Cadaval. A sua representação vai além-fronteiras, possuindo coleções privadas no Reino Unido, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca e Dubai. Já foi apelidado de “Almada Negreiros do séc. XXI. Dono da marca Arte Jota, as exposições fazem parte da sua vida como artista, mas é na criação (que inclui a escrita) que assenta a sua forma de estar.
Margarida Romão ocupará a segunda semana desta atividade, entre 9 e 12 de junho, divulgando a sua marca Modartt, baseada no “Craft Design”, que representa uma forma de paixão transformada na sua profissão.
A Modartt surge em 2015 com uma linha de produtos que são mais do que bijuteria e complementos de moda. Formada em Vitrinismo e Decoração de Interiores, percebeu que era no design de peças únicas que iria assentar a sua arte.
Ainda nesta segunda semana (9 a 12 de junho), o evento “Arte no Frio” contará também com a presença de Art.MVentura, que proporcionará uma mostra de arte em madeira.
Manuel Ventura é encarregado geral numa empresa de construção, sendo que há dois anos começou a trabalhar com as madeiras que se cruzavam no seu caminho. O seu objetivo passa por recriar e transformar materiais oriundos da natureza em objetos de arte de decoração e de uso diário.
A seguir, de 16 a 19 de junho, será a vez de Iryna Tarasova (@iryna_tarasova_art) artista autodidata de origem ucraniana, expor acrílico sobre tela.
Iryna organiza workshops de criatividade, dado o seu espírito empreendedor, tendo sempre procurado quebrar as regras. A partir do dia 16 de junho, os seus quadros poderão ser apreciados, a par de outros trabalhos em papel.
Posteriormente, de 23 a 26 de junho, seguir-se-á Isa Marita, com uma mostra de Design Gráfico e Têxtil a preencher a quarta e última semana da iniciativa.
O seu trabalho criativo centra-se na arte digital, mas também ilustra fora do ambiente virtual, explorando diferentes materiais, para além do papel.
A jovem ilustradora de 26 anos é designer gráfica de profissão, mas a sua paixão engloba a arte no seu geral.
Margarida Costa marcará também presença nesta quarta semana (23 a 26 de junho) mostrando peças de Joalharia.
Com 30 anos de experiência profissional na área da investigação e consultoria, decidiu seguir o seu coração e fazer uma mudança radical na sua vida. Regressou à sua terra natal e, embora continue a trabalhar como consultora independente, a apoiar PME’s da região, é na joalharia que encontra uma das suas maiores realizações.
Ao longo dos últimos anos, Margarida tem frequentado aulas particulares com diferentes joalheiros, para aperfeiçoar a sua técnica, e realizado vários workshops de joalharia, na A.R.C.O e na Escola de Joalharia de Barcelona.
É nas coisas simples da vida que diz inspirar-se para a criação de peças únicas que vêm por certo enriquecer o mundo da bijuteria.
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